Promotor
Câmara Municipal de Coimbra
Breve Introdução
FESTIVAL JAZZ AO CENTRO / XV ENCONTROS INTERNACIONAIS DE JAZZ DE COIMBRA
Sinopse
O trio que junta o português João Camões a Gabriel Lemaire e Yves Arques decorre da estadia do primeiro em França durante um par de anos, aí tendo estabelecido parcerias com vários músicos, entre estes destacando-se Jean-Marc Foussat, Bertrand Denzler e Frédéric Blondy. É ainda consequência do estreitamento dos laços que vêm unindo alguns nomes das cenas de Coimbra e de Lisboa, como Marcelo dos Reis (companheiro de Camões no Open Field Trio) e Luís Vicente, ao Tricollectif, associação nascida em Orleans hoje também estabelecida na cidade de Paris, e muito especialmente a membros desta os irmãos Théo e Valentin Ceccaldi, integrantes de grupos nascidos em Portugal como Chamber 4 e Deux Maisons. Militantes igualmente do Tricollectif, Lemaire e Arques vêm trabalhando em duo numa música integralmente improvisada que se sustenta numa perspectiva de movimento por fluxo e refluxo, como se pode ouvir no álbum De leau la nuit, de 2015. Nesta associação com Camões entregam-se a uma ampliação desses mesmos propósitos, acrescentando a viola às explorações tímbricas e extensivas dos saxofones e clarinetes de um (Lemaire) e do piano do outro (Arques), com a música a adquirir contornos de câmara mais explícitos.
Esta é uma improvisação duplamente polarizada: de um lado está um tratamento dos materiais sonoros considerados por si mesmos, pela via de uma resoluta exploração de harmónicos, microtonalidades ou abstracções texturais, e do outro está o velho contraponto das músicas medieval, renascentista e barroca, o que contribui até para o carácter intemporal (no sentido de antigo) das atmosferas criadas. Se a livre-improvisação praticada por Camões, Lemaire e Arques nasceu, em finais da década de 1960, das referências jazzísticas e eruditas presentes nos músicos que lhe deram forma, este grupo tem como farol (seja para dele se aproximar como para um afastamento) as últimas, o que se nota desde logo na adopção das técnicas e linguagens clássicas: no campo da música improvisada coloca-se mais do lado da erudita do que do jazz, lançando um interessante problema a quantos consideram que esta tendência existe dentro do espectro do jazz e não nas suas imediações.
O projecto teve o seu arranque em 2016 com uma residência artística e dois concertos em Coimbra, registados com vista a uma edição discográfica. Volta agora à Cidade Universitária, um ano volvido, para continuar a viagem então empreendida, uma viagem que as próprias tramas musicais percorrem. Durante esta, e como já se escreveu a propósito destes argonautas do som, enquanto fechamos os olhos podemos observar uma paisagem em constante mutação, sem conseguirmos perceber se a mesma provém da nossa imaginação ou se está inscrita na música. Quando os abrimos, temos a faculdade de também ver os viajantes. Exacto: não há palco que não seja de sonhos.
Rui Eduardo Paes
Ficha Artística
João Camões (viola darco)
Gabriel Lemaire (saxafones e clarinete)
Yves Arques (piano)
Informações Adicionais
Bilheteira do Convento São Francisco
Horário de Funcionamento: diariamente entre as 15h00 e as 20h00
Telefone: 239 857 191
Email: [email protected]
Preços
Bilhete único - 5€
Bilhete diário - 15€*
*O bilhete diário dá acesso à programação de Jazz do dia 21 de outubro e poderá ser adquirido na bilheteira do Convento São Francisco.
Eventos limitados à lotação das salas.